terça-feira, 1 de março de 2016

Comparação entre RUP e XP

Metodologias para o desenvolvimento de software independente de seus processos específicos buscam reduzir riscos e aumentar a qualidade do produto gerado. As metodologias RUP e XP têm esse fim, pois apresentam mesmos valores como, envolvimento do cliente, iterações, testes contínuos e flexibilidade. Porém busca-se esses objetivos de forma diferente, através de implementações diferentes.

Segue alguma diferenças entre estas duas metodologias em relação a alocação de tempo e esforços, artefatos, atividades e papeis, ferramentas, responsabilidade do código e, diretivas do projeto:

Alocação de Tempo e Esforços 

RUP segue 4 fases sequenciais (Inception, Elaboration, Construction e Transition) constituindo um ciclo de desenvolvimento, produzindo uma nova versão de software. Em cada fase há um número de iterações, as quatro fases têm seu foco em diferentes atividades, podendo ocorrer em paralelo. A primeira fase, chamada de início foca o modelamento do negócio e a definição dos requisitos. A fase de elaboração foca em projetar (design), a de construção dá enfoque a implementação e aos testes e por fim a fase de transição onde a implantação e o gerenciamento de modificações são verificados. 
Já o aspecto tempo em XP é diretamente relacionado com código produzido. No começo do projeto o foco é o núcleo do sistema, e após facilidades extras. Porém como as liberações são definidas pelos clientes, os mesmos irão delimitar o tempo do projeto a partir de seu grau de satisfação com o software recebido. 

Artefatos

A comunicação dentro de um processo RUP é baseada em artefatos. Já em XP é baseada em comunicação oral, direta, o que restringe o uso de XP em projetos com grande distribuição geográfica. A pouca evidência de artefatos do XP, com foco em estórias de usuário e código, é visto como um fator que aumenta o risco do projeto, o conhecimento fica vinculado aos desenvolvedores e ao código. 

Atividades e Papéis

Ao compararmos as definições das atividades (disciplinas) e os papéis, temos que o RUP faz uma divisão de tarefas de forma específica, enquanto a divisão de papéis proposta pelo XP tem um caráter de “uso-geral”, sem atribuições específicas dentro das atividades. 
RUP define uma atividade como sendo o trabalho realizado por um papel, usando artefatos de entrada e produzindo artefatos de saída. Os papéis (total de 30) definem o comportamento e as responsabilidades do individuo, estão agrupados em nove disciplinas: Gerência de Projeto, Modelamento de Negócio, Requerimentos, Analise e Desenho, Implementação, Teste, Deployment, Configuração e Controle de Mudanças  e Ambiente. 
 O XP apresenta apenas quatro atividades básicas: produção de código, testes, listening (escutar o cliente), e desenho. E define sete papéis: Programador, Cliente, Testador, Tracker, Técnico, Consultor e  “Big Boss”. 

Ferramentas

O XP não especifica nenhuma ferramenta em específico para o processo, embora haja ferramentas livres como o XPlanner e o Junit. Já o processo no RUP utiliza softwares, como o Rational Rose, que devem ser adquiridos da própria IBM, juntamente com a documentação. 

Responsabilidade do Código 

RUP trata o código (geralmente de sistemas grandes) em subsistemas, e para cada subsistema existem membros responsáveis pelo mesmo. Já o XP trata o código como coletivo, qualquer programador que encontre algum problema, ou algum trecho que possa ser otimizado, tem permissão para fazê-lo. Isso pode agilizar o processo no caso de um programador necessitar corrigir algum módulo para interagir corretamente com o seu. Porém isso pode ser algo prejudicial, pois podem ocorrer casos onde o código aparentemente incorreto teve um motivo para ser estruturado da maneira que foi. 

Diretivas de Projeto

RUP é baseado em casos de uso, as descrições do uso do sistema são continuamente implementadas, integradas e testadas. Já o XP aplica o projeto baseado em teste, casos de teste são implementados antes da escrita do código. XP possui estórias de usuário para guiar o que deve ser implementado. Essas estórias são descrições mais simples se comparadas aos casos de uso do RUP. As duas metodologias indicam que o projeto completo não pode ser planejado em detalhe. RUP indica modificação continua dos planos, enquanto o XP propõe planejar em detalhes somente o futuro próximo. 

3 comentários:

  1. Queria ter lido esta postagem antes de uma de minhas avaliações na disciplina Engenharia de Software, boa explanação de conceitos, parabéns pelo post.

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